Desde que foi eleito que o presidente do Sporting mostrou ao que veio. Ele sabe bem que não há nada como um bom ataque ao Benfica para pôr os adeptos do seu clube a salivar. Vai daí, sempre que os lagartos têm um desaire mais espalhafatoso (e a gente sabe como esta direcção tem vindo a coleccionar recordes...) a estratégia é trazer o Glorioso ao barulho.
Apresentar jogadores aos gritos de "quem não salta é lampião" é demonstrativo da pequenez a que chegaram, mas não deixa de ser uma falta de respeito que devemos assinalar.
Vir dizer que "o fundo de jogadores do Benfica é uma vergonha" é demonstrativo de ignorância. Mas é também uma provocação barata e desnecessária.
No ano passado, nos play offs do andebol, aconteceu algo que nos devia ter deixado esclarecidos sobre a estratégia de provocação continuada desta direcção: No primeiro jogo em casa, o Benfica enviou ao Sporting a percentagem de bilhetes estipulada nos regulamentos. Quatro dias depois, o Sporting a jogar em casa invocaria os regulamentos para recusar os mesmos bilhetes ao Benfica.
Ora se é certo que os regulamentos indicam que os bilhetes devem ser pedidos com uma semana de antecedência, também é certo que nos play offs, muitas vezes com 3 jogos numa semana, existe um acordo de cavalheiros que permite contornar essa questão. Acontece que no Sporting não há cavalheiros.
Não percebo bem o que é que o Sporting esperava com esta atitude. O Benfica tinha ganho o primeiro jogo na Luz, a vitória do Sporting no pavilhão emprestado em que jogam (vitória que viria a acontecer) apenas adiaria a decisão novamente para a Luz. Como seria de esperar, o Benfica respondeu na mesma moeda, recusando bilhetes ao Sporting para o jogo decisivo.
E o Sporting o que faz? Vem queixar-se para a imprensa e para os seus adeptos, da atitude indigna do SLB.
Foi esta "campanha do andebol" que criou as condições para o ambiente explosivo do último jogo do campeonato de júniores. As claques do Sporting, acicatadas pela propaganda da direcção, exigiram a esta nos dias anteriores ao jogo que não fossem cedidos bilhetes ao Benfica. Este clima era visível nos fóruns sportinguistas, nos comentários às notícias dos jornais online, e até nas conversas de café.
Para piorar a situação, no dia do jogo, o Sporting decide fazer entrar as claques do Benfica, não pela entrada principal da academia (por trás da baliza que dá para a estrada), mas sim pela entrada lateral, por um caminho de terra batida cheio de pedras que passaria justamente por trás da bancada improvisada das claques do Sporting. Antes que as claques do Benfica entrassem já estavam a ser apedrejadas por uma das claques lagartas...
O Sporting não tem respeito pelo Benfica. Isto está nos genes da agremiação do Lumiar desde a sua fundação. E a estratégia da actual direcção passa por procurar o confronto com o Benfica, criando as armadilhas para a seguir fazerem papel de vítimas.
Agora é a história mal contada dos bilhetes para o jogo da taça da liga. Mas Bettencourt já veio espalhar-se ao comprido nas declarações da "fonte" lagarta à Lusa:
«Uma fonte do Sporting, em declarações à agência Lusa, acusou o Benfica de "desestabilizar o futebol português", desmentindo, ao mesmo tempo, que o presidente leonino, José Eduardo Bettencourt, tenha prometido 30 por cento dos bilhetes para o encontro das meias-finais da Taça da Liga.»
«..."O presidente do Sporting aceitou a solicitação do Benfica, ainda que não tenha expressamente definido qual seria a percentagem dos bilhetes"...»
«Ainda conforme a mesma fonte dos leões, como o encontro do Estádio de Alvalade é considerado de alto risco, o Sporting "consultou autoridades e entidades sobre a segurança do evento, ficando desde logo vedada a possibilidade de ceder os alegados 30 por cento que o Benfica fala".»
Ou seja, o Benfica nunca pediu 30% dos bilhetes, mas o Sporting, vá lá a gente saber porquê, resolveu por sua livre iniciativa consultar as autoridades para saber se poderia ceder ao Benfica uns, vá lá, digamos, 30% dos bilhetes... é só coincidência.
Objectivo de tudo isto; a táctica de sempre: colocar novamente o Benfica na mira dos adeptos lagartos e ganhar tempo e recuperar crédito a seguir ao desastre do jogo da taça. É o populismo dos viscondes.
Era este mesmo palhaço que dizia numa entrevista à Bola que o futebol português cheirava a barril de pólvora. Pois eu só lhe desejo que continue sentado no barril, a tocar maracas, até que a mecha chegue ao fim.
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