Entrevista ao Jornal "Record":
Ramires:
«Pronto para ajudar o meu companheiro»
EXPLICA O ELEVADO RENDIMENTO COM AS SUAS HUMILDES RAÍZES
Longe vão os tempos em que Ramires começava o dia às 7 horas, para ajudar o tio na tarefa de pedreiro, de forma a poder treinar-se à tarde. Hoje, no Benfica e com lugar praticamente garantido na convocatória de Dunga para o Mundial, o médio de 23 anos garante que o empenho que coloca em campo foi originado pela suas humildes origens.
Comentando, numa entrevista ao jornal "Globo", o inesgotável esforço que demonstra em campo que até lhe valeu a alcunha de "Queniano", o internacional canarinho confessa: "A dedicação ao trabalho é algo que trago até hoje, apesar de isso não ter acontecido quando era novo. Em campo tenho de estar pronto para ajudar o meu companheiro... Quando sinto que um colega não está bem, vou lá, pois recordo a imagem da minha avó a carregar um balde na cabeça. Não tive muito na infância, mas trabalho para que os meus irmãos e os meus sobrinhos possam ter. Tento fazer tudo o que posso para não me lamentar no futuro."
A evoluir. Rendido ao Benfica, o sul-americano não esconde a sua satisfação pela evolução que tem registado ao serviço das águias. "Quando jogava no Brasil era uma coisa... Agora estou fora e sou outro jogador. Tenho a noção que é preciso aliar a força à técnica, e isso não acontece só comigo. Sem luta nunca ganhamos nada de ninguém, mas sei que na seleção do Brasil não basta mostrar força. Acima de tudo, temos de mostrar habilidade e técnica", acrescenta.
Como qualquer internacional, o camisola 8 das águias não esconde que parte do seu pensamento está já voltado para a África do Sul.
"Sei que é muito importante aproveitar uma boa fase. Nem sei se vou ter outra oportunidade de ir a um Mundial", defende, argumentado que evita alimentar conversas sobre este tema com os jogadores do Benfica que também vão marcar presença na prova.
Camisola 8 já é pai
A passagem de Ramires por Portugal fica também marcada pelo nascimento de David, o primeiro filho do médio. A mulher do benfiquista, Islana, entrou ontem num hospital de Lisboa, onde o rebento acabou por nascer.
Independentemente do futuro do jogador, que chegou à Luz depois de uma contratação ao Cruzeiro por 7,5 milhões de euros, este será um país sempre recordado, já que o filho vai ter dupla nacionalidade.
Ramires e a mulher tinham escolhido o Brasil como primeira opção para o nascimento de David, mas a agenda futebolística dos encarnados e o facto de a equipa estar a discutir a conquista do título nacional impediriam o atleta de se ausentar do país para acompanhar Islana em tão importante momento da vida do casal.
Por isso mesmo Ramires optou pelo nascimento do filho em Portugal, até porque, desta forma, esteve sempre ao lado da mulher durante o período da gravidez.
Recorde-se que a primeira dedicatória do brasileiro ao filho aconteceu em Guimarães, a 23 de agosto, quando marcou o golo solitário da vitória das águias.
"A humildade é a base e o fundamento de todas as virtudes e sem ela não há nenhuma que o seja"
Miguel Cervantes
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