domingo, 18 de abril de 2010
A braçadeira sobre o Manto Sagrado
Dentro de poucas horas começa a "operação Coimbra". Vamos jogar numa cidade de benfiquistas. Vamos, mais uma vez, jogar em casa. O Xistrema já jogou a sua cartada. E a malinha com o guito já deve estar nas imediações, à espera de uma tarde infeliz do Glorioso para trocar de mãos.
A falta de Luisão provoca-me sentimentos contraditórios. Luisão não é dos jogadores tecnicamente mais evoluídos do nosso plantel. Nem sequer no centro da defesa. É a posição em que temos menos dores de cabeça (Sidney, Miguel Victor e até Roderick Miranda já mostraram em muitas ocasiões que estão aptos para o lugar). Mas Luisão é seguramente um dos jogadores mais valiosos do Benfica em campo. É o nosso capitão. Há outra segurança quando é ele a controlar as movimentações.
Por outro lado a braçadeira de capitão vai passar para David Luiz, o imperador da Luz. E que bem que lhe fica! A ele que é um dos jogadores que mais sente a camisola, e o que, sem dúvida nenhuma, mais empatia criou no seio desta grande família.
Não há jogo em casa em que, depois do apito final, eu não espere um momento antes de descer as escadarias do 3º anel, para ver a reacção de David Luiz. É sempre dos mais efusivos nos festejos com os adeptos. Já o vi proteger um adepto que tinha entrado no terreno de jogo para o abraçar, levando-o de volta às bancadas!
Alguns dos seus críticos dizem que só lhe falta, para ser dos melhores do mundo (eu acho que já é), algum discernimento em momentos cruciais do jogo. Aquela perda de bola fatal, aquela desatenção na pequena área... Eu digo que só quem não arrisca é que não falha, e só quem acerta muito é que vê os holofotes apontados sobre si quando, excepcionalmente, erra.
Tenho muita curiosidade, e muita vontade de vê-lo com a braçadeira sobre o manto sagrado.
A águia vai voar!
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