
Nao deixam de surpreender-me certos adeptos adversários que condenam o comunicado do Benfica, e em particular o ponto em que se pede aos adeptos que nao assistam aos jogos fora de casa.
No Benfica, que sempre foi um clube livre e democrático, ninguém obriga ninguém a fazer seja o que for. Os órgaos sociais limitaram-se a por no papel uma ideia que já corria entre os adeptos há muito, muito tempo.
Há entre os adeptos do Benfica uma revolta que nao é de agora. Sentimo-nos explorados, frustrados, enganados e espoliados por um sistema que necessita do Benfica para gerar as receitas que o sustentam mas que tudo faz para destruir a sua águia dos ovos de ouro. Mas o Pior de tudo é sentirmo-nos impotentes para mudar esta situaçao.
Os adeptos do Benfica estao fartos de ser insultados nos estádios.
E estao fartos de pagar 50 e 60€ em estádios em que, umas semanas antes ou depois os do FCP e os do SCP pagam 15€ (aconteceu o ano passado em Coimbra e em Braga).
Este comunicado foi uma forma de os órgaos sociais mostrarem que estao ao lado dos sócios e adeptos. Nada mais que isso.
É o Benfica que sustenta a Sporttv. É o Benfica que sustenta os árbitros e é o Benfica que sustenta os pequenos clubes. Resumindo: somos nós que sustentamos o edifício do futebol em Portugal. Façamos valer o nosso direito a ser tratados com dignidade e respeito!
Há quatro anos atrás, no basquetebol, depois de uma perseguiçao nojenta por parte do sistema que culminou com a suspensao do António Tavares (com o contributo do sempre solícito lagarto Horta da dopagem), o Benfica resolveu abandonar o campeonato e jogar a proliga. No ano seguinte, sem Benfica, a liga principal perdeu os patrocinadores e os contratos de transmissao televisiva.
É por isso que me rio sozinho quando ouço falar de um castigo de 5 anos sem participar na Liga no caso de nao jogarmos a Taça da Liga. Só me apetece dizer: FAÇAM FAVOR! Mas entretanto, senhores dirigentes, árbitros, juízes desportivos, jornalistas e comentadores, façam também favor de ir procurando outro ganha pao, porque daqui a dois anos a industria do futebol em Portugal terá desaparecido.
Há quem perceba isto. E há quem
finja nao perceber.