Em 2009-2010 o Benfica decidiu não falar de arbitragens. Inchados de confiança pelo "rolo compressor" e pelas goleadas, decidimos que há discursos que "não valem a pena", que temos que ser um exemplo de elevação, que não somos como "outros" que pressionam os agentes desportivos com chantagens e mind games. Assim, com muita elevação e elegância, levámos com meses de ataques de adversários e pseudo-jornalistas, na famosa campanha dos "túneis", ao mesmo tempo que viamos as nossas pretensões europeias ir por água abaixo porque um dos adversários internos, levado ao colo descaradamente pelo sistema, nos obrigou a disputar o campeonato até ao último minuto.
Na época passada estávamos virtualmente afastados do título logo à quarta jornada por uma sucessão de roubos escandalosos (só no jogo contra a Académica foram quatro penaltis que ficaram por marcar), mas ficámos estoicamente calados enquanto nos empurravam para fora da discussão, só abrindo a boca quando já não havia nada a fazer. E nem vou falar do jogo de Braga da segunda volta, a cereja no topo do bolo.
Esta época as arbitragens foram mais ou menos decentes até ao momento em que se decidiu o desenho dos órgãos que dirigem esta coisa a que chamamos futebol português. Uma vez dispostos os peões (mais os bispos, as torres e muitas, muitas cavalgaduras) começou o jogo do costume. Desta vez com a agravante de que apoiámos publicamente um monte de pessoas cuja lealdade para com a organização corrupta é mais que conhecida! E mais uma vez esperámos até a nossa equipa estar derrotada fisica e psicologicamente para vir reclamar contra quem nos prejudica.
Dizem que à segunda cai quem é parvo. Isto não é muito lisonjeiro para quem nos dirige, mas mal por mal, prefiro pensar que o mal da nossa direcção é a ingenuidade. Mas também dizem que à terceira só cai quem quer. E isto é que me preocupa.
domingo, 4 de março de 2012
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